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Biografia do avesso de Leila Rentroia Iannone.
Desde criança, quando fazia minhas redações com cópia em carbono e distribuía aos amigos, escrever tem sido uma forma gratificante de me relacionar com o mundo e com as pessoas e de aglutinar meus contrastes.
Tenho muito de formiga e de cigarra.
A cigarra é a herança dos andaluzes boêmios e criativos com pitadas de ciganos, encantada pela música e movida por emoções extremas e pela nostalgia do impossível.
A formiga captou dos portugueses, pressionados pelo impulso atávico do fazer, a obsessão do trabalho, o questionamento e a perseverança.
Os dois vértices, o do dever e o da criação, somam-se e se completam com o denominador comum que é a busca de mim mesma.
O ato de escrever exige a formiga e a cigarra.
A criatividade de uma não pode prescindir da disciplina da outra, e assim continuo tecendo as teias das minhas histórias e emoções, contando com a intervenção das duas.
Por causa da formiga sou obstinada e gasto madrugadas reescrevendo meus textos. Por causa da cigarra sonho coisas que não existem e acredito nelas, transformando-as em tramas e ficção. A biografia do avesso foi escrita pela cigarra.
PS As duas - cigarra e formiga - cresceram entre o Brás e Pari, dois bairros antigos de São Paulo, que viram cabeças incríveis como as de Marcia Denser, Giba Um e Lourenço Diaféria brotarem para o mundo. (Transcrito do livro)
Edição no Brasil:
Capa | Título do livro | Assunto | Conceito |
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